segunda-feira, 26 de julho de 2010
Impressões da intervenção na Estação Central
23 de Julho de 2010 ás 15h na Estação Central sentido Term. Capão Raso
Que figurino usar?Vestido salmão?Vestido roxo?Calça, blusa e all star?Saia jeans (já foi usada em diversas intervenções).
Decido ir de vestido salmão pois em uma das respostas sobre o quê é belo, alguém respondeu: Mulher de vestido, desabrochar de rosas rosas...
Saio da minha casa, caminho até a Estação Central, é perto, as pessoas olham. Estranho uma mulher de vestido de festa salmão caminhando a tarde.
Chego, o cobrador não deixa eu entrar pois o fiscal foi tomar um cafézinho, espero o cobrador, perco 15 min. ali aguardando. Observo e sou observada no meio de tantas pessoas que entram e saem daquele tubo transparente. Uma criança: Mamãe que moça bonita!(sorrimos). O cobrador faz várias perguntas ansioso e curioso pelo o que vai acontecer. O fiscal chega, diz que não sabe de nada, embora eu esteja com a autorização da URBS na mão, ele liga e diz OK. Eu entro, caminho lentamente, as pessoas olham, sinto vontade de sorrir, sorrir sempre. As vendedoras da loja em frente o tubo saem para a porta, batem palma, eu me movo para um lado para o outro, movimento os braços, muitas vezes os braços, sinto dificuldade de dançar com o salto (primeira vez que danço de salto), o chão tem buracos, não desliza, enfim continuo...giro, caminho, abaixo, levanto, movo conforme sou influenciada, sons, fluxo, rostos, partes do corpo e o belo, as respostas do que é belo passam pela minha mente invadindo o meu movimento - Lolo, velho sentado no banco da praça, minha mãe, tudo o que me toca, meu cachorrinho acordando com cara de quem quer ficar mais na cama, as coisas do coração, tomar sorvete em dia quente, criança - eu danço, danço, danço...compartilho sorrisos...meninas dentro do ônibus parado no tubo da frente gritam lindaaaaaaa, fico surpresa, elas tiram foto e dançam dentro do ônibus. Paro, olho, sinto, sinto o vento, muito vento que balança o vestido, o vestido salmão que escolhi para intervir naquele espaço no dia de hoje. O barulho, o barulho dos carros, das pessoas, dos ônibus, vozes, passos, mecher na sacola, catraca e olhos em dúvida. Olhos que olham enquanto eu não olho, olhos que olham para os meus olhos, olhos que querem olhar mais só olham quando entram no ônibus, olhos dos ônibus, olhos da rua, das lojas, dos carros. Vejo crianças no tubo da frente me imitando enquanto meu corpo se move meio todos esses acontecimentos, sensações, emoções. Eles dançam, sim algumas pessoas experimentam algum movimento diferente enquanto compartilham comigo e com os outros aquele momento de movimento. Paro, observo, dou e recebo sorrisos, respiro, caminho e saio. Agradeço o cobrador engraçadão que falou sobre durante toda a intervenção, o fiscal e caminho até minha casa.
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